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Controle Biológico de Pragas – Artrópodes Urbanos

Os insetos constituem o maior e mais diverso grupo de animais na Terra com cerca de 1 milhão de espécies identificadas, mas, segundo alguns especialistas esse número pode representar apenas 20% das espécies ainda a serem descobertas e identificadas. Os integrantes da classe insecta ocupam os mais diferentes nichos ecológicos, habitando vegetais, solos e águas, e são de extrema importância para as cadeias vitais do planeta. Além dos inúmeros benefícios ao homem, servem de alimento básico para diversas epécies de pássaros, peixes, anfíbios, mamíferos e artrópodes. Uma grande proporção de espécies de insetos é benéfica ao homem, entre elas as quem tem o hábito de predar ou paralisar outros insetos, exercendo o controle natural de seus hospedeiros.

O controle biológico é um vasto campo de estudos, baseado no fenônemo natural de muitas espécies viverem e alimentarem de outros organismos, cujas populações são reguladas, e as vezes erradicadas de um ecossistema. Estas espécies são denominadas de inimigos naturais e Linnaeus, em 1760, ja afirmava que todo o organismo possui seu inimigo natural (Bertti Filho, 1999). É, portanto o aspécto mais importante no qual se deve focalizar a proteção de culturas agrícolas, florestais e do ambiente urbano. Assim, todas as espécies de plantas e animais têm inimigos naturais atacando os seus vários estágios de vida. Dentre tais inimigos naturais existem grupos bastantes diversificados, como insetos, virus, fungos, bactérias, mematóides, protozoários, rickétt, micoplasmas, ácaros, aranhas, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

H.S. Smith, em 1919, foi o promeiro entomologista a empregar a expressão controlo Biológico, para designar o uso de inimigos naturaisno controle de insetos praga (Wilson e Huffaker, 1976). POsteriormente essa expressão foi utilizada para designar todas as formas de controle, alternativas aos defensivos químicos, que envolvem métodos biológicos, tais como a libereção de machos estéreis, uso de atraentes e repelentes, feromônio e armadilhas. Entretanto, esta denominação para técnicas diversas não é completamente aceita pelos especialistas da área, que consideram o Controle Biológico como uma ciência que trata da ação de inimigos naturais na regulação das populações de seus hospedeiros e suas presas, quer sejam ácaros, insetos vertebrados ou plantas daninhas.

Praga é uma denominação antroprocêntrica a determinados organismos que afetam de modo adverso os valores ecológicos, sociais e econômicos associados as ativodades humanas. Em entomologia, inseto, praga, é aquele que causa danos econômicos nas áreas agrícolas, florestais, agropecuárias e urbanas, podendo ser vetor de efermidades as plantas. Assim o controle biológico é um tipo ideal de manejo e controle, é muito importante, pois toda a população apresenta um potencial para crescer exponencialmente, mas nenhuma consegue, ja que os inimigos naturais regulam sua densidade. Como indivíduos, os insetos raramente são pragas, mas quando a população da espécie ultrapassa certo nível de densidade que causa dano econômico, sua presença se torna indesejável e impõem medidas de controle.

Definições de Controle Biológico

Desde H.S. Smith, em 1.919, empregou a expressão Controle Biológico para se referir ao uso de inimigos naturais no controle de pragas, muitas definições tem sido apresentadas para esse tipo de controle. Segundo alguns autores, Controle Biológico é o uso de predadores, parasitas e patógenos no controle de pragas.

Tipos de Agentes de Controle Biológico

Os agentes de controle biológico, ou inimigos naturais, são referidos como predadores, parasitos e patógenos; os dois primeiros são denominados de estomófagos e o terceiro de estomopatógeno. O predador é um organismo que, para seu completo desenvolvimento, necessita de mais de um indivíduo ou presa. Segundo Berti-Filho (1999), na classe insecta a predação de inseto por inseto é mais frequente que parasitismo de inseto por inseto.

Os Artrópodes

Os Artrópodes (Filo Arthropoda) são o maior grupo de animais existente no mundo e incluem os insetos, aracnídeos, crustáceos e outras formas semelhantes. Estão descritas cientificamente mais de um milhão de espécies de artrópodes (mais de 890 000 espécies apenas, segundo outros autores), ou seja, mais de 4/5 de todas as espécies existentes, desde formas microcópicas do plâncton, com menos de um quarto de milímetro, até animais de grandes dimensões. O nome vem do grego arthros, articulação e podos, pés, ou seja pés articulados, que os caracterizam.

Os artrópodes existem em todos os ambientes da terra: no mar, na água doce, no meio terrestre e no ar. Existem ainda muitas formas parasíticas e simbióticas. Há registos fósseis de artrópodes desde o período Cambriano.

Anatomia dos artrópodes

Os artrópodes têm o corpo segmentado (2), envolvido num exosqueleto de quitina (3), com vários apêndices articulados (1). Os apêndices estão especializados para a alimentação, para a percepção sensorial, para defesa e para a locomoção. São estes “pés articulados” que dão o nome ao filo e que o separam dos filos mais próximos, os Onychophora e os Tardigrada.

Os segmentos podem estar agrupados em regiões do corpo, denominadas tagmata, tipicamente: cabeça (1), tórax (2), abdómen (3), Imagem ao lado

Tabela 1 – Ordens e família de predadores de insetos, incluindo ácaros e aranhas (Adptada de Van Driesche e Bellows Jr., 1969).

Tabela 2 – Ordens e família de insetos parasitóides (Adptada de Godfray, 1994).

No entanto, em vários grupos, como os caranguejos, aranhas, escorpiões e lagostas, a cabeça e o tórax encontram-se unidos sob uma carapaça – o cefalotórax. Nos Chelicerata, o corpo está dividido em prossoma e opistossoma.

O primeiro segmento da cabeça é denominado acron e normalmente suporta os olhos, que podem ser simples ou compostos. O último segmento do abdómen é terminado pelo telson. Cada segmento contém, pelo menos primitivamente, um par de apêndices.

Para poderem crescer, os artrópodes têm de se desfazer do exosqueleto “apertado” e formar um novo um processo designado muda ou ecdise. Por esta razão, eles fazem parte do clado Ecdysozoa, que é um dos maiores grupos do reino animal, incluindo ainda os nemátodes, os Nematomorpha, os Tardigrada, os Onychophora, os Loricifera, os Priapulida e os Cephalorhyncha.

Estes animais respiram por um sistema de traqueias, túbulos que abrem para o exterior através de poros na cutícula chamados espiráculos, e que se estendem por todo o corpo, promovendo a troca de gases. Os artrópodes aquáticos têm brânquias ligadas ao sistema de traqueias.

O sistema circulatório dos artrópodes consiste numa bateria de corações que se dispoõem ao longo do corpo e que bombeam a hemolinfa (o “sangue” destes animais muitas vezes não contém hemoglobina, baseada em ferro, mas sim hemocianina, baseada em cobre), que se encontra banhando os tecidos.

Os artrópodes são protostómios e possuem um celoma reduzido a um espaço à volta dos órgãos da reprodução e da excreção.

Classificação e filogenia dos artrópodes

Um grupo tão numeroso e diversificado, tanto em espécies actuais como [extinção|extintas], como os artrópodes teria de ser necessariamente difícil de classificar, assim como de definir as suas relações filogenéticas.

Tradicionalmente, considerava-se que os atrópodes teriam tido origem nos anelídeos, por causa da semelhante segmentação do corpo. No entanto, estudos genéticos recentes mostraram que não é assim e que os filos mais próximos dos artrópodes são os Onychophora e os Tardigrada. Além disso, parece aceite que estes filos e os restantes Ecdysozoa formam um clado monofilético. Os anelídeos, por outro lado, têm características embrionárias em comum com os moluscos e são actualmente classificados no clado Trochozoa (ou Lophotrochozoa, juntamente com os rotíferos e outros animais dantes considerados pseudocelomados).

A subdivisão dos artrópodes em grupos que possam igualmente ser considerados clados é também contenciosa. Alguns autores consideram que os Hexapoda e os Myriapoda formam o clado Uniramia, com apêndices não divididos e que seriam um “clado-irmão” dos crustáceos, mas a filogenia destes grupos ainda não está bem estabelecida, pelo que se adoptou aqui a classificação em cinco sub-filos, que é a mais aceite.

Como já foi referido, foram encontrados fósseis de artrópodes do período Cambriano, mas há indicações de que formas ainda mais antigas, pertencentes à “Biota Vendiana”, como os “vendiamorfos” e os “anomalocaridiídeos” podem ter sido antepassados dos artrópodes actuais.